quarta-feira, 29 de julho de 2015

Quem falsificou os extratos de Romário? A Veja, o MP, a PF?

29 de julho de 2015 | 20:30 Autor: Fernando Brito
Gravíssima, apesar da ironia com que Romário a está tratando, esta situação criada pela denúncia da revista Veja de que o senador tinha uma conta oculta com R$ 7,5 milhões em Genebra, na Suíça.De lá, Romário informa que, reunido com advogados do Banco BSI, foi informado que os extratos apresentados pela revista “são falsos”. Se são, quem os falsificou? A revista, que o pu...

    O rebaixamento da nota da S&P à Globo é nada perto do miséria moral da nossa mídia

    29 de julho de 2015 | 19:29 Autor: Fernando Brito
    Diante da notícia de que a a agência de classificação de risco Standart & Poor’s rebaixou a nota de rating da Globo (Globopar) e da leitura do artigo de Mauro Santayanna, em seu blog (leia abaixo) fiquei pensando no triste e inevitável destino da mídia brasileira. Seu capachismo será a sua ruína, porque se ajoelha diante da arrogância e reverencia a desqualificação do Brasil ...
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    O Almirante Othon tornou-se uma lenda brasileira, autor do maior feito tecnológico brasileiro, o programa nuclear
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    Felizes para sempre: uma família que jamais vai conhecer a queda. Por Fabio Hernandez



    Postado em 29 jul 2015
    "Carnation, Lily, lily, Rose", Joh Singer Sargent
    “Carnation, Lily, lily, Rose”, Joh Singer Sargent
    Tolstói disse que as famílias felizes se parecem, mas as famílias infelizes são infelizes cada qual a sua maneira. É uma frase célebre, e que abre Anna Karenina, um dos maiores romances jamais escritos. E lá vou eu para uma digressão: Anna é, ao lado de Capitu, de Machado de Assis, a adúltera mais fascinante da literatura. As duas se entregaram: Anna, ao ficar em estado de choque quando seu amante nobre, Vronski, caiu do cavalo numa corrida. Capitu, ao mostrar dor maior que a da viúva no velório do amante, Escobar, melhor amigo de seu marido. Anna terminou sob as rodas de um trem, num suicídio. Capitu, de olhos oblíquos e dissimulados, foi repudiada pelo marido e morreu solitária no abandono europeu. Nem Tolstoi nem Machado trataram bem suas formidáveis adúlteras. Um filósofo escreveu que é mais fácil não começar do que terminar. Para as duas, teria sido definitivamente mais fácil não começar uma história fora do casamento.
    Mas não.
    Não era sobre isso que eu ia falar.
    Era sobre as famílias infelizes. Elas não nascem infelizes quase nunca. São felizes, em um simples fato ao acaso as faz infelizes. Penso neles, na família Brandão. Minha mente recua alguns anos, e ali os vejo. Brandão, a mulher e as duas filhas. As garotas são lindas e têm uma característica que multiplica o encanto da mulher bonita: elas parecem não se dar conta de sua beleza de fazer bispo olhar para trás e chutar poste. As Filhas do Brandão, no seu apogeu, eram lendas em vida no seu círculo.
    Era uma família feliz. Casa bonita, o pai bem colocado, a mãe vigorosa e enérgica, e as filhas que, bem, filhas que deslumbravam. Um dia, uma delas, a mais velha, olhos verdes como as águas ao entardecer do mar de Salvador, errou na dose de alguma droga e perdeu a razão para nunca mais recuperá-la. A família feliz se tornou infeliz para sempre.
    Vi isso de perto. A filha caçula fez o chão tremer para mim. Já escrevi aqui que, segundo Hemingway, três vezes o chão treme na vida dos apaixonados. Não mais que três. Está lá, numa das passagens de Por Quem os Sinos Dobram, um romance quase tão bom quanto Anna Karenina.
    A caçula dos Brandão fez o chão tremer para mim. Às vezes me pergunto se também fiz o chão tremer para ela, mas é apenas um devaneio sem sentido. Talvez sim, talvez não. Rio agora do choro tolo e convulsivo que me tomou quando a perdi. Os anos me tornaram um cínico amoroso, reflito.
    Perdi o contato com a família.
    Soube há pouco que a mãe das garotas morreu. Quase ninguém foi avisado.
    Estou aqui com o número do celular da caçula.
    Não sei se terei coragem para ligar.
    De esto, para dizer o quê? Que lamento as ruínas do mundo em que ela foi uma jovem rainha? Que na minha memória a felicidade da família jamais foi perdida?
    Sêneca.
    Sêneca falou no perpétuo vaivém de elevações e quedas. De como é sábio se preparar para isso. A vida é feita de elevações e quedas. No campo pessoal, profissional, amoroso.
    Eu queria reagir com sabedoria à queda da família Brandão. Mas não consigo. E então subverto a realidade aqui neste texto. E crio, como num sonho bobo, um final em que nada destruiu a felicidade daquele quarteto que tanto admirei e amei. No momento em que ia tomar a dose que a enlouqueceria, a mais velha decidiu, como um samurai, combater o vício com a espada da determinação. Derrotou-o gloriosamente. O pai, a mãe e as duas filhas: ali estão os quatro, na varanda floreada em que recebiam os chegavam encantados como eu, sorridentes como diante de um fotógrafo.
    Felizes para sempre.
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    Sobre o Autor
    O cubano Fabio Hernandez é, em sua autodefinição, um "escritor barato".

    terça-feira, 28 de julho de 2015

    “A história será gentil para mim, já que pretendo escrevê-la”: Uma ‘entrevista’ com Winston Churchill. Por Camila Nogueira



    Postado em 27 jul 2015
    Camila e nosso ilustre convidado.
    Tido como herói pela maior parte dos ingleses, Winston Churchill foi uma força essencial no combate ao nazismo e a Hitler. Conservador, foi um grande frasista e por conta disso o selecionamos para mais uma sessão da “Conversa com Celebridades Mortas”. 
    Mr. Churchill, o senhor foi um político muito bem-sucedido. Ao que tribui todo o seu sucesso?
    À conservação de energia. Meu lema é: Se você está em pé e pode se sentar, sente-se; se você está sentado e pode se deitar, deite-se.
    Compartilho de tal lema.
    Mas isso não é tudo. Tenho uma boa autoestima. Quero dizer, sei muito bem que não somos nada mais que minhocas, mas acredito ser uma minhoca brilhante. E também sou corajoso.
    Naturalmente. A coragem é uma qualidade imprescindível, não é mesmo?
    A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante todas as demais. Você precisa ter coragem e saber arriscar. Na guerra, a palavra de ordem “segurança antes de tudo” leva diretamente à derrota. Para mim, é melhor morrer em combate do que ver ultrajada a nação.
    Em todos os anos durante os quais atuou no cenário político, o senhor conquistou algum inimigo?
    Posso ter conquistado inimigos (o que é uma coisa boa; significa que você lutou por alguma coisa boa, em algum momento da sua vida), mas nunca odiei ninguém além de Hitler – e mesmo isso é profissional. Se Hitler invadisse o inferno, eu cogitaria me aliar ao demônio.
    Hmmm…
    Era insuportável não saber com certeza se Hitler passaria para a história como o tirano que, mais uma vez, jogou sobre o mundo uma guerra na qual a civilização quase sucumbiu ou como um herói que restaurou a honra e a paz de espírito da nação germânica.
    E o senhor? Como passou ou passará para a história?
    A história será gentil para mim, já que pretendo escrevê-la.
    Além do nazismo, há outro tipo de ideologia que o senhor despreza?
    O socialismo. O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja.
    Palavras duras, Mr. Churchill, com as quais eu não concordo. Direi apenas que, para mim, o capitalismo não é nada melhor.
    E eu direi que você está equivocada. A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição de riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição de misérias.
    Deixemos de lado esse tema. O senhor tem um excelente senso de humor.
    É claro. A imaginação consola os homens do que não podem ser; o senso de humor consola-os do que são. Ele também impede que sejamos pessimistas. O pessimista vê a dificuldade em cada oportunidade, enquanto o otimista vê a oportunidade em cada dificuldade.
    Então o senhor é um otimista?
    Sim. Mas só porque não me parece muito útil ser outra coisa.
    E acha que tudo dará certo algum dia?
    Eu acredito na verdade. A verdade é incontroversa – a malícia pode atacá-la, a ignorância pode ridicularizá-la, mas no fim, lá está ela. Uma vez ou outra você vai tropeçar na verdade, mas a maior parte de nós levanta e sai correndo, sem olhar para trás, como se nada houvesse acontecido.
    Se pudesse oferecer um conselho aos jovens, qual seria?
    Afastam-se de bajuladores. Eles são aqueles camaradas que alimentam um crocodilo apenas porque pretendem comê-lo no final.
    O senhor foi conhecido, Mr. Churchill, como um grande beberrão. Isso o prejudicou?
    Não. Eu tirei mais proveito do álcool do que ele de mim.
    Verdade?
    O álcool, minha cara, é um vício justificável. A água não foi feita para ser bebida. Para torná -la suficientemente saborosa, somos obrigados a adicionar uísque.
    O senhor sempre foi assim?!
    Quando eu era mais novo, prometia a mim mesmo que não ficaria bêbado antes do almoço. Atualmente, prometo que não ficarei bêbado antes do café da manhã.
    Gostaria de uma taça de conhaque, Mr. Churchill?
    Eu não quero meu conhaque nem preciso dele, mas acho que é bastante perigoso interferir com um hábito inextirpável de uma vida inteira. Portanto, aceito.
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    Camila Nogueira
    Sobre o Autor
    Camila Nogueira, nossa correspondente de literatura, tem a impressionante capacidade de ler romances de 600 páginas em dois dias -- e depois citar frases inteiras da obra. Com apenas 18 anos, ela já leu as obras completas dos maiores mestres da literatura - como Balzac, Dumas, Fitzgerald e Dickens.