CATEDRAL DE MILÃO
A instituição que cuida da inacreditável Catedral de Milão é a Veneranda Fabbrica que não tem nenhuma interferência nos serviços do culto e deve providenciar o cuidado, a manutenção e as necessárias reparações na catedral, em seu museu, no arquivo-biblioteca e na capela musical, assim como administrar suas propriedades.
Visitando a catedral compreende-se a necessidade de um organismo como esse. Além de seu tamanho, do fantástico número de turistas que recebe diariamente e de seu alto valor histórico, a Catedral de Milão é um caso raro: um gótico tão enfeitado e rebuscado que até contraria o simbolismo principal do gótico – elevar nosso olhar.
De sua fachada ao seu fantástico telhado não há um centímetro sem uma ornamentação. Pode-se caminhar entre as aleias, becos e meandros do telhado (foto abaixo), o que já é extraordinário, e é um longo passeio onde o olhar quase não tem um minuto de repouso!
Levou tantos anos sendo construída, o que não é de admirar, e consumiu tanto dinheiro do povo que já era escorchado por pesados impostos que deixou outra marca na vida italiana, além de sua beleza, dessa vez na língua: “mangiare a ufo”, no dialeto milanês significa “ser pago por um trabalho que não fez”. Vem das iniciais A.U.F que eram as inicias das palavras em latim Ad Usum Fabricae (a ser usado na construção) gravadas em todo material usado em sua construção, todos isentos de impostos.
Construída em mármore de Candoglia, o que lhe dá sua beleza cristalina e um valor singular, essa obra tão imponente em sua fabulosa grandeza levou 600 anos para ficar pronta . Seguiu diversos estilos ao longo dos séculos e somente em meados do século XVIII foi completada a parte externa da cúpula, quando foi colocada, em seu topo, a estátua da Madoninna, que é a paixão dos milaneses.(Ricardo Noblat).
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