sexta-feira, 6 de julho de 2012


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Fotografia é história
O poeta sereno
Foto

Mário Quintana. Nasceu em Alegrete, em 1906. Faleceu em Porto Alegre, em 1994. 
Como foi – Mário Quintana tinha três sobrinhas. Cada uma delas destinava oito horas do dia para acompanhá-lo. Era uma maneira de jamais deixá-lo sozinho nos momentos em que se aproximava o fim de sua vida. Durante dois meses falei com elas por telefone praticamente todos os dias. Torcíamos pela melhora do Mário. Fiquei ansioso à espera do momento adequado para ir retratá-lo em Porto Alegre para o livro “Senhoras e Senhores”. Eu corria contra o tempo. Primeiro, sabia do precário estado de saúde de Quintana. Segundo, estava expirando o prazo de conclusão do meu livro. Numa sexta-feira, enfim, eu estava no hotel onde ele morava. O poeta estava sentado à cama, ouvindo o “Adágio”, de Albinoni. Na parede, um pôster da atriz sueca Ingrid Bergman e uma foto dele com uma admiradora, a atriz brasileira Bruna Lombardi. Antes de despedir-me, fiz as mesmas quatro perguntas que apresentei para os personagens anteriores. Uma delas sobre a sensação de ultrapassar os 80 anos. Respondeu-me: a idade, meu caro, é uma cruel invenção do calendário. Orlando Brito.

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