domingo, 16 de setembro de 2012


Publicado em 16/09/2012

STF CONDENARIA DIRCEU
COMO VEJA CONDENA LULA

A Veja se aplica àquele tipo de jornalismo que a Folha Ilustremente consagrou: dois offs dão numa Verdade.

Todas as capas do PiG (*) neste domingo de sol legitimam patranha cometida pela Veja.

O mais recente detrito sólido de maré baixa – que o PiG transforma em Chanel #5 – é “entrevistar” em off parentes e amigos (sic) do Marcos Valério, o do valeriodantas, e atribuir ao valeriodantas a mesma acusação que o advogado de Thomas Jefferson fez no Supremo: o Lula era o chefe da quadrilha.

Provas ?

Ato de ofício ?

Indícios ?

Nada.

A “reportagem” do detrito sólido tem a consistência do grampo sem áudio, daquela reportagem a quatro mãos do Daniel Dantas com o Marco Aith que acusava o Lula, o Marcio Thomaz Bastos e o delegado Paulo Lacerda de teremconta secreta em paraíso fiscal.

(Não confundir com as contas secretas mencionadas pelo “bandido” – clique aqui para ler “Cerra chama Amaury de bandido”.)

A Veja se aplica àquele tipo de jornalismo que a Folha (**) Ilustremente consagrou: dois offs dão numa Verdade.

Não a Verdade do tipo “quimera”, mas a Verdade que se constrói, fatia por fatia, para derrubar um presidente trabalhista.

O interessante é que a “técnica” da Veja é uma aplicação da categoria jurídica do “domínio do fato”.

Como não há provas, atos de ofício ou testemunhas que condenem o Dirceu, o Tênue Gurgel – aquele que o Collor acusa de prevaricador – parece ter edificado o argumento com que querem condenar o Dirceu: o “domínio do fato”.

Em resumo, “domínio do fato”, quando condenar o Dirceu, vai ser assim: “tá na cara, só podia ser ele”; “se não fosse ele, quem seria – o Felipão ?”; “é só olhar a biografia dele: um dissimulado”; “ele mandava neles todos, até no Lula” …

Mas, no fundo, no fundo, o argumento central do “domínio do fato” é mais singelo: não é isso o que a Globo quer ?

Não isso o que a elite branca, de olhos azuis quer ?

“Domínio do fato”, por exemplo, não se aplica ao papel do Cerra no clã que agia na Privataria Tucana.

“Domínio do fato” não se aplicaria, jamais, ao papel desempenhado pelo Fernando Henrique Cardoso na Privataria Tucana.

Não  !

“Domínio do fato” é para pegar o Dirceu e o Lula (e, em breve, a Dilma).

Só tem um problemacomo diz o professor Wanderley: é preciso provar o “domínio do fato”.

Se não, vira tribunal nazista.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim

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