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sábado, 26 de abril de 2014
COISAS DE FILÓSOFOS...
O PECADO DA PRIMEIRA INFÂNCIA
santo Agostinho
CAPÍTULO VII
Os pecados da primeira infância
Escuta-me, ó meu Deus! Ai dos pecados dos homens! E quem isto te diz é um homem, e
tu te compadeces dele porque o criaste, e não foste autor do pecado que nele existe.
Quem me poderá lembrar o pecado da infância, já que ninguém está diante de ti limpo de
pecado, nem mesmo a criança cuja vida conta um só dia sobre a terra? Quem mo recordará?
Acaso alguma criança pequena de hoje, em quem vejo a imagem do que não recordo de mim? E
em que eu poderia pecar nesse tempo? Acaso por desejar o peito da nutriz, chorando? Se agora
eu suspirasse com a mesma avidez, não pelo seio materno, mas pelo alimento próprio da minha
idade, seria justamente escarnecido e censurado. Logo, era então digno de repreensão o meu
proceder; mas como não podia entender a censura, nem o costume nem a razão permitiam que
eu fosse repreendido. Prova está que, ao crescermos, extirpamos e afastamos de nós essa
sofreguidão; e jamais vi homem sensato que, para limpar uma coisa viciosa, prive-a do que tem
de bom.
Acaso, mesmo para aquela idade, era bom pedir chorando o que não se me podia dar sem
dano, indignar-me acremente com as pessoas livres que não se submetiam, assim como as
pessoas respeitáveis, e até com meus próprios pais, e com muitos outros que, mais sensatos, não
davam atenção aos sinais de meus caprichos, enquanto eu me esforçava por agredi-los com
meus golpes, quanto podia, por não obedecerem às minhas ordens, que me teriam sido danosas?
Daqui se segue que o que é inocente nas crianças é a debilidade dos membros infantis, e não a
alma.
Certa vez, vi e observei um menino invejoso. Ainda não falava, e já olhava pálido e com
rosto amargurado para o irmãozinho colaço. Quem não terá testemunhado isso? Dizem que as
mães e as amas tentam esconjurar este defeito com não sei que práticas. Mas se poderá
considerar inocência o não suportar que se partilhe a fonte do leite, que mana copiosa e
abundante, com quem está tão necessitado do mesmo socorro, e que sustenta a vida apenas com
esse alimento? Mas costuma-se tolerar indulgentemente essas faltas, não porque sejam
insignificantes, mas porque espera-se que desapareçam com os anos. Por isso, sendo tais coisas
perdoáveis em um menino, quando se acham em um adulto, mal as podemos suportar.
Assim, pois, meu Senhor e meu Deus, tu que me deste a vida e corpo, o qual dotaste,
como vemos, de sentidos e proviste de membros, adornando-o de beleza e de instintos naturais,
com os quais pudesse defender sua integridade e conservação, tu me mandas que te louve por
esses dons e te confesse e cante teu nome altíssimo. Serias Deus onipotente e bom ainda que só
tivesses criado apenas estas coisas, que nenhum outro pode fazer senão tu, ó Unidade, origem
de todas as variedades, ó Beleza, que dás forma a todas as coisas, e com tua lei as ordenas!
Tenho vergonha, Senhor, de ter de somar à vida terrena que vivo aquela idade que não
recordo ter vivido, na qual acredito pelo testemunho de outros, por vê-lo assim em outras crianças,
embora essa conjectura mereça toda a fé. As trevas em que está envolto meu esquecimento a
seu respeito assemelham-se à vida que vivi no ventre de minha mãe.
Assim, se fui concebido em iniqüidade, e se em pecado me alimentou minha mãe, onde,
suplico-te, meu Deus, onde, Senhor, eu, teu servo, onde e quando fui inocente? Mas eis que
silencio sobre esse tempo. Para que ocupar-se dele, se dele já não conservo nenhuma
lembrança?
O PECADO DA PRIMEIRA INFÂNCIA
santo Agostinho
CAPÍTULO VII
Os pecados da primeira infância
Escuta-me, ó meu Deus! Ai dos pecados dos homens! E quem isto te diz é um homem, e
tu te compadeces dele porque o criaste, e não foste autor do pecado que nele existe.
Quem me poderá lembrar o pecado da infância, já que ninguém está diante de ti limpo de
pecado, nem mesmo a criança cuja vida conta um só dia sobre a terra? Quem mo recordará?
Acaso alguma criança pequena de hoje, em quem vejo a imagem do que não recordo de mim? E
em que eu poderia pecar nesse tempo? Acaso por desejar o peito da nutriz, chorando? Se agora
eu suspirasse com a mesma avidez, não pelo seio materno, mas pelo alimento próprio da minha
idade, seria justamente escarnecido e censurado. Logo, era então digno de repreensão o meu
proceder; mas como não podia entender a censura, nem o costume nem a razão permitiam que
eu fosse repreendido. Prova está que, ao crescermos, extirpamos e afastamos de nós essa
sofreguidão; e jamais vi homem sensato que, para limpar uma coisa viciosa, prive-a do que tem
de bom.
Acaso, mesmo para aquela idade, era bom pedir chorando o que não se me podia dar sem
dano, indignar-me acremente com as pessoas livres que não se submetiam, assim como as
pessoas respeitáveis, e até com meus próprios pais, e com muitos outros que, mais sensatos, não
davam atenção aos sinais de meus caprichos, enquanto eu me esforçava por agredi-los com
meus golpes, quanto podia, por não obedecerem às minhas ordens, que me teriam sido danosas?
Daqui se segue que o que é inocente nas crianças é a debilidade dos membros infantis, e não a
alma.
Certa vez, vi e observei um menino invejoso. Ainda não falava, e já olhava pálido e com
rosto amargurado para o irmãozinho colaço. Quem não terá testemunhado isso? Dizem que as
mães e as amas tentam esconjurar este defeito com não sei que práticas. Mas se poderá
considerar inocência o não suportar que se partilhe a fonte do leite, que mana copiosa e
abundante, com quem está tão necessitado do mesmo socorro, e que sustenta a vida apenas com
esse alimento? Mas costuma-se tolerar indulgentemente essas faltas, não porque sejam
insignificantes, mas porque espera-se que desapareçam com os anos. Por isso, sendo tais coisas
perdoáveis em um menino, quando se acham em um adulto, mal as podemos suportar.
Assim, pois, meu Senhor e meu Deus, tu que me deste a vida e corpo, o qual dotaste,
como vemos, de sentidos e proviste de membros, adornando-o de beleza e de instintos naturais,
com os quais pudesse defender sua integridade e conservação, tu me mandas que te louve por
esses dons e te confesse e cante teu nome altíssimo. Serias Deus onipotente e bom ainda que só
tivesses criado apenas estas coisas, que nenhum outro pode fazer senão tu, ó Unidade, origem
de todas as variedades, ó Beleza, que dás forma a todas as coisas, e com tua lei as ordenas!
Tenho vergonha, Senhor, de ter de somar à vida terrena que vivo aquela idade que não
recordo ter vivido, na qual acredito pelo testemunho de outros, por vê-lo assim em outras crianças,
embora essa conjectura mereça toda a fé. As trevas em que está envolto meu esquecimento a
seu respeito assemelham-se à vida que vivi no ventre de minha mãe.
Assim, se fui concebido em iniqüidade, e se em pecado me alimentou minha mãe, onde,
suplico-te, meu Deus, onde, Senhor, eu, teu servo, onde e quando fui inocente? Mas eis que
silencio sobre esse tempo. Para que ocupar-se dele, se dele já não conservo nenhuma
lembrança?
terça-feira, 22 de abril de 2014
Enviado por Ricardo Noblat -
22.4.2014
| 13h03m
GERAL
A outra saída do homem da África
El País
Uma análise da diversidade genética e das medidas cranianas de 10 populações africanas e asiáticas indica que os humanos se dispersaram para fora da África em duas etapas, e que a primeira delas foi muito antes do que se pensava.
A segunda migração, que dispersou os humanos pelo norte da Eurásia há 50.000 anos, deve corresponder àquilo que se conhecia até agora como a única saída da África. Mas, segundo o estudo da Universidade de Tübingen, ela foi precedida por uma migração muito anterior, que começou há 130.000 anos e da qual descendem os atuais aborígenes australianos e os habitantes de Papua-Nova Guiné e das ilhas da Melanésia.
Mulheres de um grupo de dança aborígene na Austrália. Foto: Corbis
A ideia simples de que a humanidade que vive fora da África procede de uma pequena população que saiu desse continente há 50.000 anos está sofrendo notáveis revisões. Primeiro como consequência de achados arqueológicos que revelaram a presença de humanos na Arábia e no Oriente Médio antes dessa data.
E, segundo, pelas comparações dos genomas das populações atuais de todo o mundo, que mostram um quadro bem mais complicado do que se pensava. E não só pelos cruzamentos dos humanos modernos com os neandertais e denisovanos.
Leia mais em A outra saída do homem da África
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quinta-feira, 17 de abril de 2014
MORRE GABRIEL....O CEM ANOS DE SOLIDÃO.....
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/gabriel-garcia-marquez-morre-aos-87-anos-12228417#ixzz2zBBvsrek
© 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
García Márquez deixa a mulher, Mercedes Barcha Pardo, e dois filhos.
A trajetória de um gênio latino-americano
Aos 22 anos, Gabriel García Márquez tinha acabado de abandonar a Faculdade de Direito para se dedicar à vida de boêmio literato. Instalado em Barranquilla, no litoral caribenho, flanava por aí de camisa florida e bigode frondoso, lia e escrevia sem parar, sobrevivendo com os trocados que ganhava num jornal local. Um dia veio procurá-lo, na livraria onde batia ponto, uma senhora que ele a princípio não reconheceu. Era sua mãe. Vinha pedir ajuda para vender a casa dos avós, na cidadezinha colombiana de Aracataca, onde ele havia nascido, em 1927, e vivido até 8 anos de idade. O reencontro com a terra natal abriu os olhos do aspirante a escritor para o potencial literário de memórias de família e lendas populares, que alimentariam nas décadas seguintes a obra do ganhador do Nobel de Literatura de 1982. Em sua autobiografia, “Viver para contar”, de 2002, García Márquez recordou aquela viagem como a decisão mais importante de sua vida.
Criado pelos avós, ambos exímios contadores de histórias, García Márquez teve com eles as primeiras lições de narrativa. O avô, Nicolás Ricardo Márquez Mejía, um temido coronel que o neto só chamava de “Papalelo”, descortinou para ele o mundo das relações de poder. A avó, Tranquilina Iguarán, cheia de superstições e histórias de fantasmas, apresentou ao jovem as maravilhas e terrores do folclore. Em dezenas de livros de ficção e não ficção publicados ao longo de seis décadas de carreira, muitos dos quais se tornaram clássicos do século XX, como “Cem anos de solidão”, “O outono do patriarca”, “Amor nos tempos do cólera” e “Crônica de uma morte anunciada”, García Márquez expressou uma visão de mundo que abarcava tanto os meandros da política latino-americana quanto a dimensão fantástica da existência.
A capital de um universo ficcional
Esse estilo começou a se consolidar em seu primeiro romance, “A revoada”, publicado em 1955. Foi nele a primeira aparição da cidade fictícia de Macondo, que criou ainda sob o impacto do regresso a Aracataca. Assim como sua terra natal, Macondo era um povoado colombiano empobrecido, dominado por uma companhia bananeira, mas com um rico repertório de histórias locais. A cidade surgiu em vários outros livros do escritor, como “Ninguém escreve ao coronel” (1961) e “Cem anos de solidão” (1967).
Foi este último que projetou o nome de García Márquez no cenário mundial. Aos 40 anos, ele já havia lançado outros cinco livros de ficção, mas nunca tinha ganhado um tostão com literatura. Mantinha-se como jornalista, primeiro em vários veículos colombianos, como “El Universal”, “El Heraldo” e “El Espectador”, onde aproveitava as horas vagas para escrever ficção (nessa época descobriu Kafka, que o impressionou muito, pois não imaginava que era permitido escrever sobre coisas como um homem que vira uma barata). Depois foi correspondente na Europa, nos Estados Unidos e no México, onde se instalou no início dos anos 1960 com a mulher, Mercedes Barcha, e o filho Rodrigo. Na capital mexicana, em 1964, nasceu seu segundo filho, Gonzalo.
Foi nessa época, enquanto dirigia numa estrada mexicana, que o escritor vislumbrou aquela que seria a frase de abertura de “Cem anos de solidão”: “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”. Gostava de dizer que, depois disso, deu um cavalo de pau, voltou para casa e se trancou pelos anos seguintes para escrever o romance que conta a história de sete gerações da família Buendía.
“Cem anos de solidão” acompanha a intrincada árvore genealógica dos Buendía, na qual o autor parece se divertir com a repetição de nomes (Aureliano, Amaranta, Remedio, José Arcadio), em uma narrativa repleta de personagens e situações fantásticas: o patriarca José Arcadio, fundador de Macondo; Úrsula Iguarán, a mulher que vive mais de 115 anos; José Arcadio Segundo, único sobrevivente do massacre dos grevistas da companha bananeira de Macondo; Maurício Babilônia, sempre envolto em uma nuvem de borboletas amarelas; ou o cigano Melquíades, cujos pergaminhos preveem glórias e tragédias da família.
Com mais de 30 milhões de exemplares vendidos em cerca de 35 idiomas, “Cem anos de solidão” se tornou não só o livro mais popular de García Márquez, mas também o emblema de uma geração da literatura latino-americana identificada com o rótulo do “realismo fantástico”. A partir de meados dos anos 1960, enquanto o continente ia sendo encoberto pela sombra de ditaduras militares, autores da região alcançaram uma projeção internacional inédita. Além do colombiano, fizeram parte do chamado “boom” da literatura latino-americana escritores como o argentino Julio Cortázar, o mexicano Carlos Fuentes, o cubano Alejo Carpentier e o peruano Mario Vargas Llosa.
Fidel: Identificação política e pessoal
A relação entre García Márquez e Vargas Llosa, também premiado com o Nobel em 2010, se tornou símbolo do “boom” e de suas contradições. A amizade inicial se desdobrou em admiração literária (o peruano publicou em 1971 o elogioso ensaio “García Márquez, história de um deicídio”), mas com o tempo os dois se afastaram, inclusive politicamente. Esquerdista na juventude, Vargas Llosa se alinhou ao neoliberalismo e chegou a concorrer à presidência do Peru, em 1990, quando foi derrotado por Alberto Fujimori. Admirador de primeira hora da Revolução Cubana, García Márquez se aproximou de Fidel Castro e defendeu o regime da ilha em várias ocasiões. Mas a divergência mais famosa entre os dois, em 1976, não teve fundo político: por ciúmes da mulher, Vargas Llosa deu um soco em García Marquez, que saiu com um olho roxo. Nunca mais se reconciliaram.
A atuação política de García Márquez rendeu-lhe admiradores e críticos. Muitos nunca o perdoaram por não denunciar os abusos do regime de Fidel, de quem se tornou amigo. Segundo o biógrafo inglês Gerald Martin, autor de “Gabriel García Márquez: uma vida", o líder cubano achava o escritor “pessimista e fantasioso”, mas gostava de suas observações políticas e sentia-se próximo dele por também ter crescido em uma região dominada pela United Fruit, multinacional americana de alimentos que inspirou a companhia bananeira de Macondo.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/gabriel-garcia-marquez-morre-aos-87-anos-12228417#ixzz2zBBvsrek
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Pela 1ª vez, astrônomos encontram outro planeta semelhante à Terra
Com diâmetro parecido com o da Terra, Kepler-186f é capaz de abrigar água e vida
domingo, 13 de abril de 2014
!!......???
"Resolvi aceitar algumas coisas da vida, sem dor. Ninguém vai ser como você sonha, não espere consideração nem que os outros façam o que você faria. Não espere que valorizem seu esforço. Não espere que lhe ofereçam a mão. Apenas viva. Aceite que é preciso deixar o orgulho de lado e dizer preciso-de-você-agora. É preciso entender que o outro é diferente e de vez em quando ele vai lhe magoar e você precisa lidar com isso, senão vive só."
"Resolvi aceitar algumas coisas da vida, sem dor. Ninguém vai ser como você sonha, não espere consideração nem que os outros façam o que você faria. Não espere que valorizem seu esforço. Não espere que lhe ofereçam a mão. Apenas viva. Aceite que é preciso deixar o orgulho de lado e dizer preciso-de-você-agora. É preciso entender que o outro é diferente e de vez em quando ele vai lhe magoar e você precisa lidar com isso, senão vive só."
sábado, 12 de abril de 2014
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