quarta-feira, 10 de maio de 2017

Vídeo mostra vítimas agonizando e se debatendo em ataque químico na Síria

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Um vídeo divulgado nesta terça-feira (9) pelo canal americano CNN mostra imagens que teriam sido feitas nas horas seguintes ao ataque químico a Khan Sheikhoun, na periferia de Damasco, na Síria, há 35 dias.
Em 4 de abril, pelo menos 92 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um bairro atingido por gás sarin. O agente químico leva ao colapso do sistema nervoso das vítimas e, dependendo da exposição, pode matar.
Mohamed al-Bakour - 3.abr.2017/AFP
Criança recebe tratamento após ser vítima de ataque químico em Khan Sheikhoun, na Síria, em abril
Criança recebe tratamento após ser vítima de ataque químico em Khan Sheikhoun, na Síria, em abril
As cenas fortes, divulgadas ao canal por um grupo chamado Aleppo Media Centre, são de dezenas de pessoas mortas em uma rua. As que ainda permaneciam vivas respiravam com dificuldade e se debatiam no chão.
Tanto os mortos quanto os feridos espumavam pelo nariz e a boca, um dos efeitos colaterais da exposição ao gás. Equipes de resgate atiravam água com mangueiras de incêndio nos corpos daqueles que tentavam sobreviver.
Em outra cena, editada em relação à primeira, cerca de dez crianças feridas e seminuas aparecem na caçamba de uma picape, também com respiração ofegante e espumando. Um homem joga água nos atingidos.
O vídeo começa com um ataque aéreo que forma uma poeira fina sobre uma região, que o Aleppo Media Centre diz ser Khan Sheikhoun, e, em seguida, é cortada para as cenas das vítimas do ataque químico.
O grupo foi o mesmo que fez outras imagens da operação, que foram publicados na internet horas após o ataque. Nem a CNN nem os responsáveis pela filmagem informam o motivo pelo qual este vídeo não foi divulgado antes.
Alguns analistas afirmam que o Aleppo Media Centre é ligado à Frente al-Nusra, milícia radical islâmica que foi ligada à Al Qaeda até 2016, de modo que a divulgação destas imagens seria uma forma de propaganda.
ACUSAÇÕES
O ataque a Khan Sheikhoun foi o motivo citado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para bombardear uma base aérea na Síria, em retaliação ao ditador Bashar al-Assad, que Washington considera responsável pela ação.
Além dos americanos, países europeus como França e Reino Unido também acusam Damasco de ter usado o gás químico. O regime sírio nega e aponta seus adversários como autores, mesma posição do governo russo.
Analistas do conflito se dividem sobre a possível origem do ataque, mas parte deles aventa a hipótese de a oposição a Assad ter executado o ataque para incriminá-lo, diante da vantagem territorial que as forças aliadas ao regime conquistaram nos últimos meses. 

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