Eis artigo do marqueteiro e consultor Fabner Utida. Ele aborda estratégias eleitorais. Confira:
Geralmente quando se fala da reeleição de um gestor público ou sobre a continuidade de um mesmo grupo político à frente de um governo ou de uma organização, sempre surge a peculiar pergunta: qual o índice de aprovação?
Muitos acreditavam (ou ainda acreditam) que altos índices de aprovação seriam quase que a garantia automática da continuidade do projeto. Acontece que esta premissa tem provocado grandes surpresas a muitos líderes.
É bem verdade que um alto índice de aprovação representa um ativo importante no processo de continuidade de um projeto político, de gestão ou de poder. Ter boa aprovação ajuda muito, mas não tem mais tanta força assim.
Em termos de aceitação, o objetivo a perseguir está hoje em outro nível, bem mais complexo e, peculiarmente, mais volátil (o cenário muda com mais facilidade com maior velocidade).
Deixa de existir a era da identificação do índice de “aprovação” e entra em cena a era de conhecer o índice de “desejo de quero continuar”.
Lembro a história de uma mulher que estava passando por um processo de separação de um casamento de 7 anos. O relacionamento parecia perfeito, então a curiosidade recaía sobre as razões do rompimento. Não tinha sido traição, não tinha crise financeira, não tinha agressão. Muito pelo contrário, ela afirmava que “aprovava” o marido (agora ex). Afirmava que era bom pai, amigo, bem sucedido, mas simplesmente “não tinha mais química”. Não tinha mais “desejo de quero continuar”.
Se isto é possível acontecer com um casal imagina no relacionamento entre um líder ou governo com milhares de eleitores!
A cada dia, percebem-se mais e mais casos de governos e gestores com altos índices de aprovação que não encontram na sociedade (e também nas urnas) o “desejo de quero continuar”.
Pessoas e organizações precisam perceber que as relações são, a cada dia, mais dinâmicas e exigentes. A demanda por inovações e por resultados concretos é crescente e mais forte. Exige-se maior interação e melhores processos na criação e na entrega de valor. Demanda-se mais responsabilidade, muita criatividade, trabalho consistente e comprometimento.
Líderes públicos, principalmente, precisam acordar para o fato de que marketing governamental não é simplesmente divulgar ou dar publicidade ao que se faz.
Marketing governamental é uma função e um conjunto de processos que envolvem a criação, a entrega de valor, a comunicação e a promoção contínua do relacionamento de projetos político-administrativos conectados diretamente com seus líderes. O marketing governamental busca fazer isto com o propósito de inspirar e influenciar pessoas, beneficiando a própria organização e todos os públicos interessados.
Os projetos de comunicação de governo do passado operavam nos pilares “informar + tornar conhecido + imagem do que se faz no presente”. Os inovadores projetos de marketing governamental de hoje operam nos pilares “conquistar + tornar desejado + imagem de sucesso presente-futuro”.
Este artigo foi pensado prioritariamente para gestões e líderes públicos, no entanto a reflexão também é válida para pessoas e organizações das mais variadas.
Percebe-se dentro desta realidade que a missão número 1 dos projetos de marketing governamental ou corporativo, passa a ser: construção do “desejo de quero continuar” nos públicos estratégicos e na sociedade como um todo.
Fabner Utida,
Estrategista e consultor em marketing corporativo.
COMENTÁRIO MEU:
Este foi o nosso marqueteiro(consultor) da campanha vitoriosa em Paraipaba.
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