domingo, 21 de julho de 2013


O mártir cômico da Revolução do Leblon

KIKO NOGUEIRA 21 DE JULHO DE 2013
O humorista Rafucko quer ser um símbolo dos protestos na frente da casa do governador Sergio Cabral.
Rafucko
Rafucko
O comediante Rafucko conseguiu se tornar uma espécie de símbolo das recentes manifestações no Rio de Janeiro, especialmente as que ocorrem diariamente em frente ao apartamento do governador Sergio Cabral, no Leblon. No último dia 17, Rafucko filmou sua detenção por parte da Polícia Militar. Ele foi abordado junto com desconhecidos e levado à delegacia.
Rafucko teve o cuidado de registrar tudo, meticulosamente, com sua câmera. Postou esse vídeo e, em seguida, outro, em que dá um depoimento contando sua aventura. O primeiro se chama “PMRJ Vândala”; o segundo, “Rafucko relata abuso policial”.
Não há dúvida de que a polícia é despreparada e violenta. As pedras portugueses do calçadão sabem disso. A polícia é a polícia. Mas Rafucko foi “esperto” ao transformar as ruas em um cenário de sua comédia. Talvez porque não leve, na verdade, a sério.
Rafucko é um tipo de “revolucionário”, digamos, descomprometido. Não é o único. No primeiro vídeo, ouvem-se vozes de garotas falando, entre risadas: “Joga gás pimenta aqui!” É como se torcessem para que os soldados chegassem duro. Quando eles aparecem, Rafucko não pensa em parar de filmar. Numa situação mais dramática, que envolvesse grande risco, quem cogitaria em deixar a câmera ligada, estando com a cara no chão, a polícia fascista na cola?

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