quinta-feira, 24 de maio de 2012

Noblat

Sinuca, por Arthur Virgílio

O presidente do Banco Central erra em seus diagnósticos. Fica-lhe impossível, então, receitar a medicação correta.
Em entrevista a O Globo do ultimo sábado, Alexandre Tombini disse que o real “andou em linha com as demais moedas”. Ou seja, teria sofrido desvalorização na mesma intensidade das outras componentes de uma cesta contendo as 18 moedas mais negociadas no mundo.
Isso é absolutamente inverídico: de janeiro de 2011 até hoje (mandato de Dilma), o real experimentou desapreciação de mais de 20% diante do dólar, em termos nominais, considerando-se US1,00 =R$2,08.
É a moeda de pior desempenho, no cotejo com as outras 17, segundo a Bloomberg. Basta dizer que o euro, às voltas com crise sufocante, desvalorizou-se 5%. E o peso colombiano se apreciou em 4%.
Na comparação anual, o real também apresenta a performance mais negativa. Sua desvalorização, desde janeiro, beira11%. A segunda pior é o dólar australiano, que conheceu desvalorização de 3,8% até 22 deste mês. As moedas do México e Canadá apresentam desempenho levemente positivo e as da Colômbia e Turquia valorizaram-se, respectivamente, 6,1% e 2,6%.
Por que essa alta do dólar de agora nos afeta tanto? Ora, porque até antes da crise de 2008 – que deu sinal com a quebra do Lehman Brothers – quando o real se vinha apreciando constantemente, os empresários estavam tranquilos: o mundo crescia e os preços das commodities viviam nas alturas. O real atingiu seu maior valor frente ao dólar na primeira semana de agosto de 2008, cotado a US$1,00 = R$1,5598.
Logo, porém, a crise se estabeleceu e derrubou os preços das commodities. As bolsas despencaram. As moedas perderam valor diante do dólar. Bancos quebraram. A relação cambial atingiu US1,00 =R$2,30. Parecia o fim do mundo.
Leia a íntegra em Sinuca

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