A repórter loira, o suposto negro estuprador e uma sequência nojenta
O vídeo que segue do Brasil Urgente, da Band, da Bahia, é um exemplo de jornalismo pra lá de esgoto.Uma repórter loirinha, com rabinho de cavalo à la Feiticeria, coloca um jovem negro, com hematoma aparente de uma agressão recente, numa situação absolutamente constrangedora. Julga-o antes da Justiça, humilha-o por conta de sua ignorância em relação aos seus direitos e ao procedimento a se realizar num exame de corpo delito e acha isso tudo muito engraçado.
Trata-se de uma caso que exige uma ação urgente por parte da sociedade civil.
É preciso que se mova uma ação contra a concessionária pública que dá voz a uma repórter irresponsável como essa. Isso mesmo, irresponsável. Estou à disposição da Justiça para me defender em relação ao termo utilizado. A propósito, a concessionária é a Band.
É preciso que entidades de Direitos Humanos e da questão negra também se posicionem.
Também é urgente que entidades como o Sindicato dos Jornalistas da Bahia a Fenaj reajam a essa barbaridade.
Atualizando 1
(00:30 da terça-feira): O nome da repórter é Mirella Cunha, como já
registrado em muitos comentários. O apresentador do programa para o
qual ela trabalha é Uziel Bueno. Mas, em última medida, a Band é a
responsável final por essa bárbarie jornalística.
Atualizando 2
(15:00 da terça-feira): De acordo com a reportagem do Portal Imprensa,
a Band afirmou em nota que vai “tomar todas as medidas disciplinares
necessárias. A postura da repórter fere o código de ética do jornalismo
da emissora”.
Quanto ao fato de eu ter registrado o
loirismo da repórter e a negritude do acusado, pareceu-me importante
lembrar que somos um país com enormes desigualdades sociais e raciais.
E que o fato de esse garoto ser preto e pobre é o que permite tal
atendando aos seus direitos mais elementares. Dúvido que um loiro rico
seria tratado dessa mesma forma pela “corajosa” jornalista.
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