Pomba Eucarística (século XIII)
Ontem citei aqui a versão do historiador romano Plínio, o Jovem, para a descoberta do vidro. Mas não é a única. Eis a versão egípcia. No fundo a história é a mesma, só mudam os atores e o cenário:
Em 2600 a.C, aproximadamente, durante a construção das pirâmides, o vidro foi criado acidentalmente pelos escravos durante o transporte dos blocos de pedra.
Precisando de apoio para acender fogueiras que serviriam para sua alimentação, ou aquecimento nas gélidas noites do deserto, eles utilizaram blocos menores de pedra. O tipo de rocha utilizado possuía forte concentração de silício que, em contato com o calor emanado pelo fogo, fez surgir o líquido viscoso que, ao esfriar, seria o vidro.
Cada um escolhe sua versão favorita dentre as muitas outras que deve haver. A nós o que interessa de perto é que o vidro, uma vez descoberto, nunca mais deixou de ser útil ao homem: basta lembrar que com o advento da indústria, dos progressos da química e da física, as utilidades do vidro se diversificaram e passaram a ser em escala cada vez maior.
E nas Artes, que é o que mais importa a este nosso cantinho, é notável o que se fez em vidro.
Hoje mostramos um objeto que é, ao mesmo tempo, um exemplo do progresso na utilização do vidro, mas também um excelente exemplo da criatividade do homem: o desenho da plumagem no corpo foi obtido com a técnica da gravura após a peça estar montada, dourada e esmaltada, e utilizando as cores azul, vermelho, verde e amarelo .
A asa direita é móvel (foto menor) e se abre sobre o recipiente oval onde eram guardadas as hóstias. O bico é em bronze e os rebites que unem as peças móveis são em cobre, assim como as patas. Os olhos, duas gotas de vidro azul.
Feita em Limoges, França, na Idade Média, primeira metade do século XIII. Mede 17.7 x 22 x 8.5 cm.
Museu de Belas Artes de Boston, Massachussets, EUA(Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa)-Noblat.
Nenhum comentário:
Postar um comentário