O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), nem se discute mais, é caso perdido. Infelizmente a Câmara dos deputados tem sido leniente com ele e com as agressões constantes que perpetra da tribuna ou em entrevistas, como a de seu pronunciamento de ontem contra a presidenta Dilma Rousseff.
A pretexto de atacar o que chamou de "kit gay", material distribuído pelo Ministério da Educação (MEC), Bolsonaro mais uma vez resvalou para uma linguagem chula, para a agressividade, a discriminação e o preconceito ao afirmar: "Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma!". A questão não estava, absolutamente, em discussão.
Sua agressividade contra a chefe do governo, e principalmente a inadequação dos termos desrespeitosos com os quais a ela dirigiu chamando-a de mentirosa provam que Bolsonaro já deu mais do que razões para ser cassado. Como isso não aconteceu, mesmo ele já tendo passado e sido julgado pela Comissão de Ética da Câmara, a sensação que fica é de que o medo da maioria dos deputados impede que seja pelo menos advertido ou suspenso do mandato.
Melhor revogar punições do regime e da Comissão de Ética
Se é para ter esse procedimento diante de infrações e falta de decoro parlamentar tão flagrantes, então é melhor revogar essas punições constantes do regimento interno da Câmara e da Comissão e deixar para a justiça e o eleitor decidirem. Tampouco adianta Bolsonaro vir com a justificativa de que não quis ofender a presidenta e que sua intenção era colocar o tema em discussão.
Ora, esse tema da homossexualidade - no caso, melhor seria dizer, da homofobia do deputado - a luta justa e necessária contra os preconceitos, a violência e a discriminação contra os homossexuais, tem que ser tratada com pesquisas e com uma estratégia em que ela seja discutida e travada com seriedade e consequência.
Não podemos simplesmente propor medidas sem discussão aprofundada com a sociedade, ou que restrinjam a questão a um simples item, como faz o parlamentar carioca atacando material distribuído pelo MEC.(Zé Dirceu).
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