A guerra fria de PT e PSB
No último compromisso público antes de seguir para a Europa, na noite da última sexta-feira, o governador Cid Gomes (PSB) foi homenageado pela Coopercon Ceará, cooperativa de empresários da construção civil. Na ocasião, ouviu o discurso do presidente da entidade, Marcos Novaes, cujo tom foi marcadamente político – intencional e involuntário. Novaes falou, por exemplo, sobre a necessidade de pessoas de bem entrarem na vida pública, na contramão da percepção quase generalizada de deterioração dos quadros partidários. Essa foi a parte proposital. Mas, inadvertidamente, Novaes acabou fazendo outra alusão que talvez tenha ainda mais a ver com o momento político de Fortaleza – e da figura do governador. Ao fim de sua fala, citou o industrial norte-americano Henry Ford: “Reunir-se é um começo, permanecer juntos é um progresso e trabalhar juntos é um sucesso”. Referia-se à cooperativa que preside, mas poderia se dirigir, também, à aliança que governa o Ceará. Como destacou ontem o jornalista Erivaldo Carvalho, neste espaço, a coalizão possui como única razão de existir a conquista e manutenção do poder. Não se constituiu parceria para governar. Pararam no segundo passo sugerido por Ford: uniram-se e assim vêm se mantendo, mas não trabalham juntos. Pelo contrário: há rivalidade aberta entre as administrações de Cid e da prefeita Luizianne Lins (PT). Ao invés de se ajudarem, as gestões competem. Em conversas reservadas, um lado e outro discretamente celebram e se divertem com as desventuras do outro.(Érico Firmo).
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