Braço sem corpo brandindo gládio - Fernando Pessoa
Entre a árvore e o vê-la
Onde está o sonho?
Que arco da ponte mais vela
Deus?… E eu fico tristonho
Por não saber se a curva da ponte
É a curva do horizonte…
Onde está o sonho?
Que arco da ponte mais vela
Deus?… E eu fico tristonho
Por não saber se a curva da ponte
É a curva do horizonte…
Entre o que vive e a vida
Pra que lado ocorre o rio?
Árvore de folhas vestida -
Entre isso e Árvore há fio?
Pombas voando – o pombal
Está-lhes sempre à direita, ou é real?
Pra que lado ocorre o rio?
Árvore de folhas vestida -
Entre isso e Árvore há fio?
Pombas voando – o pombal
Está-lhes sempre à direita, ou é real?
Deus é um grande Intervalo
Mas entre que e quê?…
Entre o que digo e o que calo
Existo? Quem é que me vê?
Erro-me… E o pombal elevado
Está em torno na pomba, ou de lado?
Mas entre que e quê?…
Entre o que digo e o que calo
Existo? Quem é que me vê?
Erro-me… E o pombal elevado
Está em torno na pomba, ou de lado?
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (Lisboa, Portugal, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935) - Considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, foi criado da África do Sul. Além de poeta, foi tradutor, astrólogo, jornalista, crítico literário. Se tornou também muito conhecido pelos seus heterônimos literários, com especial destaque para Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
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