“Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz”.
Epicteto, nascido escravo e só liberto depois de adulto, foi uma das vozes mais influentes da filosofia da Antiguidade. Ele viveu nos primórdios da Era Cristã, de 40 a 125. Não escreveu um único livro. Seu pensamento é conhecido graças a um discípulo, o historiador Arriamo. Ele teve o cuidado de anotar as ideias de seu mestre, uma ação pela qual a humanidade lhe será eternamente grata, e depois transformá-las em dois livros, Entretenimentos e Manual. Seu tamanho intelectual é tal que o imperador-filósofo Marco Aurélio, o último grande comandante do Império Romano, escreveu que um dos acontecimentos capitais de sua vida foi ter tido acesso às obras de Epicteto.
Para ele, o passo básico da vida feliz é aceitar as coisas como elas são. Revoltar-se contra os fatos não altera os fatos, e ainda traz uma dose de tormento desnecessária. “Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz”, disse Epicteto. (Séculos depois, o pensador francês Descartes escreveu uma frase que é como um tributo à escola de Epicteto: “É mais fácil mudar seus desejos do que mudar a ordem do mundo”.) Não adianta se agastar contra as circunstâncias: ela não se importam. Isso se vê nas pequenas coisas da vida. Você está no meio de um congestionamento? Exasperar-se não vai dissolver os carros à sua frente. Relaxe, respire fundo. Caiu uma chuva na hora em que você ia jogar tênis com seu amigo? Amaldiçoar as nuvens não vai secar o piso. Que tal uma sessão de cinema em vez do tênis?
Outro ensinamento seu lembrado até hoje em livros de aministração é que só devemos nos ocupar efetivamente daquilo que está sob nosso controle. Você cruza uma manhã com seu chefe no elevador e ele é efusivo. Você ganha o dia. Você o encontra de novo e ele é frio. Você fica arrasado. Daquela vez ele estava bem-humorado, daí o cumprimento caloroso, agora não. Ora, o estado de espírito de seu chefe não está sob seu controle. Você não deve nem se entusiasmar com tapas amáveis que ele dê em suas costas e nem se deprimir com um gesto de frieza. Você, em suma, não pode entregar aos outros o comando de seu estado de espírito.
“Não é aquele que lhe diz injúrias quem ultraja você, mas sim a opinião que você tem dele”, disse Epicteto. Se você ignora quem o insulta, você lhe tira o poder de chateá-lo, seja no trânsito, na arquibancada de um estádio de futebol ou numa reunião corporativa. Não são exatamente os fatos que moldam nosso estado de espírito, pregou Epicteto, mas sim a maneira como os encaramos. Um dos desafios perenes da humanidade, e as palavras de Epicteto são uma lembrança eterna disso, é evitar que nossa opinião sobre as coisas seja tão ruim como costuma ser. A mente humana parece sempre optar pela infelicidade. E foi contra isso, e não os grilhões, que o escravo genial se rebelou, para sorte de todos nós.
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Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Estamos diante do ovo da serpente, que nos antecipa, no presente, o que o futuro no reserva. Resta-nos enxergar as saídas que nos distanciem da premonição do que está sendo gestado
sexta-feira, 19 de junho de 2015
COISAS DE FILÓSOFOS... ”o drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade. Normalmente, os imbecis eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel”. pensador italiano Umberto Eco.
A inspiradora e comovente história de Harry Selfridge, o ‘Duque da Oxford Street’, o homem que inventou o moderno comércio.
“A loja, que recebeu o nome de Selfridge & Co, foi inaugurada em 1909, em um dia chuvoso de março; mas, em seu interior, era quente e brilhante.”
A série The Paradise, da BBC, ganhou um rival de peso. Isto é, há outro drama de época que se passa em uma loja de departamento: Mr. Selfridge.
Seu tema é a vida turbulenta e pitoresca do genial empreendedor americano que fundou sua loja em 1909, e sua base é o livro Shopping, Seduction & Mr. Selfridge (Compras, Sedução e Mr. Selfridge), de Lindy Woodhead.
Neste texto, publicado originalmente no Daily Mail, Lindy Woodhead faz um breve relato da história do homem extraordinário que revolucionou a arte do comércio.
Jeremy Piven e Zoe Tapper como Harry Selfridge e Ellen Love, sua amante fictícia, no seriado Mr. Selfridge
Harry Selfridge era único. Com seu bigode encerado e seu senso de estilo delicado e fastidioso, ele era o símbolo da tradição ao mesmo tempo em que deu poder às mulheres ao oferecer-lhes uma experiência de compras totalmente nova. Era um marido dedicado e adorava a esposa, apesar de tê-la traído com uma sucessão de estrelas, incluindo as dançarinas Isadora Duncan e Anna Pavlova.
Um verdadeiro visionário, Harry foi maravilhosamente rico e morreu na miséria. Foi, certa vez, confundido com um indigente quando observava, na Oxford Street, a vitrine do vasto estabelecimento que havia sido sua vida.
Foi uma longa jornada desde sua infância humilde em Ripon, Wisconsin, um vilarejo remoto onde nasceu em 1858. Três anos depois de seu nascimento, seu pai, o comerciante Robert, foi lutar na Guerra Civil. Ele sobreviveu à guerra, mas nunca voltou para casa, abandonando sua esposa Lois e seus três filhos. Lois, com seu pequeno salário de professora, criou as crianças. Quando Charles e Robert morreram, ela focou todo o seu amor em Harry.
Ela ensinou ao filho a importância das boas maneiras e de cuidar da aparência. Mãe e filho viveram juntos até a morte dela, em 1924. Foi graças a Lois Selfridge que Harry entendeu, como poucos homens, as necessidades femininas.
Harry deixou o colégio aos quatorze anos para trabalhar em um banco e, quando fez dezoito anos, arrumou um emprego numa loja de departamento de Chicago, Marshall Field & Co. Quatro anos depois, estava auxiliando o gerente. Mais três anos se passaram e ele havia assumido tal posto.
A Marshall Field & Co era a loja mais prestigiosa de Chicago, mas era formal demais para Harry. Ele foi apelidado de “Harry Milha-por-Minuto” conforme continuava inovando. Os grandes avanços na tecnologia o ajudaram. Ele instalou dúzias de telefones; aumentou as luzes e até mesmo iluminou as belas vitrines durante a noite – uma inovação para as lojas de Chicago.
Graças a Harry, a Field’s ofereceu aulas de arranjo floral, deu conselhos relativos à decoração de interior, introduziu a ideia para a lista de presentes de casamento e organizou um depositário para embrulhos e casacos, onde os clientes poderiam deixar seus pertences antes de se dedicar às compras.
Ele também criou, possivelmente, o primeiro restaurante dentro de uma loja de departamento nos Estados Unidos. Aberto em 1890, o Field’s Tea Room servia um ‘almoço leve’ em mesas enfeitadas com linho e uma rosa recém colhida em um vaso de cristal. Apenas 60 pessoas comeram lá no primeiro dia. Um ano depois, porém, o belo restaurante atendia mais de 1.500 pessoas por dia.
Em 1904, ele montou uma loja rival em Chicago e a vendeu dois anos depois para lucrar rapidamente. Sua esposa, Rosalie, era filha de um investidor muito rico, e possibilitou a ele que se mudasse para Londres para planejar sua loja dos sonhos. Ela continuou nos Estados Unidos com seus quatro filhos.
Harry e a filha mais velha, Rosalie, nomeada em homenagem à mãe.
Harry escolheu um local na Oxford Street e contratou Daniel Burnham, um consagrado arquiteto de Chicago, para projetar algo extraordinário. Mil e quinhentos operários labutaram durante todo o inverno para construir a imensa estrutura de aço: uma fachada neoclássica era exibida diante de uma obra magistral e moderna que possuía sete milhas de tubo de cobre pressurizado apenas em seu sistema de alarme contra incêndios.
Era uma maravilha: nove elevadores Otis; extintores de incêndio e borrifadores; piso de concreto abrangendo um acre por nível. Não possuía os oito andares que Harry desejava (havia uma lei que não permitia que nenhum edifício fosse mais alto do que a catedral de St. Paul’s) mas, além de um porão com três níveis e um terraço com um lindo jardim no teto, a Selfridge’s tinha cinco andares imensos.
A loja, que recebeu o nome de Selfridge & Co, foi inaugurada em 1909, em um dia chuvoso de março; mas, em seu interior, era quente e brilhante. Logo no primeiro dia, mais de 100 departamentos venderam tudo, desde roupas de banho até pele de zibelina, todos os produtos primorosamente organizados no ambiente espaçoso.
Harry ajudou a emancipação das mulheres, e de modo considerável. Ele deu-lhes a liberdade de comprarem sozinhas, o prazer de almoçarem com uma amiga em um refúgio confortável de uma loja e raras e sensuais delícias e comodidades, com música tocando e a leve fragrância de perfume no ar. Além de restaurantes muito elegantes, a Selfridge & Co possuía uma biblioteca, aposentos onde ler e escrever, um aposento de primeiros socorros e um local escondido com uma linda mobília e cabelereiros e manicures à disposição das clientes.
Harry gostava de dizer: “Eu auxiliei as mulheres em sua emancipação. Eu apareci quando elas queriam tornar-se independentes. Elas entravam na minha loja e realizavam alguns de seus sonhos.”
Homem ou mulher, o conforto do cliente era uma prioridade. Acreditando que as compras deveriam ser uma experiência visual e tátil – sem ninguém precisar de uma balconista para abrir o armário –, ele colocou as mercadorias em lugares onde as pessoas se sentiriam confortáveis para vê-las, tocá-las e senti-las.
O espírito da era estava a favor de Harry. Harry vendeu telefones, refrigeradores, máquinas de sorvete – e até mesmo aviões. Ele também foi o pioneiro em apresentar celebridades em sua loja e até mesmo em transformá-las em suas modelos: a campeã mundial Freda Whittaker patinou numa pista no terraço da loja, enquanto Suzanne Lenglen, campeã do Wimbledon, demonstrou sua habilidade em uma quadra de tênis também localizada no terraço. A televisão foi exibida ao público pela primeira vez na Selfridge’s em 1925, quando Logie Bard levou até a loja seu equipamento esquisito que mudaria nossas vidas nos anos que seguiram esse evento.
“Harry vendeu telefones, refrigeradores, máquinas de sorvete – e mesmo aviões.”
Mas a vida de Harry fora da loja era bem diferente. Um amigo disse: “Ele era um gênio das nove da manhã até as cinco da tarde, mas um tolo nos finais de semana.” Embora sua esposa tenha ido encontrá-lo em Londres, Harry gozava da companhia de algumas das mais renomadas beldades de sua época. Amante de celebridades, ele cortejou e conquistou a dançarina Isadora Duncan, a bailarina Anna Pavlova, a escritora Elinor Glyn, Syrie Wellcome – esposa do farmacêutico milionário Henry Wellcome – e Lady Victoria Sackville.
Desde 1912, seu grand amour – aparentemente tolerado pela paciente e dedicada Rose – foi a reluzentechanteuse Gaby Deslys. Ele a instalou em um apartamento em Londres e o encheu de tapetes, lençóis, pratarias, porcelanas e cristais vindos da Selfridge’s.
Graças ao sucesso comercial de sua loja, ele foi capaz de fazer de sua residência um verdadeiro palacete: ele alugou o luxuoso Castelo Highcliffe em Christchurch, Hampshire, como sua casa de campo e a estonteante Lansdowne House como sua casa na cidade.
Highcliffe Castle, a luxuosa casa de campo de Harry Selfridge
Apesar de seus namoricos, Harry ficou devastado quando Rose morreu, afligida pela pandemia de gripe pós-guerra. Alguns anos depois, sua mãe também faleceu. Sem essas duas mulheres em sua vida, o amor desenfreado de Harry pelo jogo e pelas mulheres saiu do controle. Em 1921, quando ganhar £500 de salário por ano já era muito bom, ele perdeu mais de £5.000 em cassinos.
Agora, ele havia se voltado para uma nova geração de cantoras e dançarinas fáceis e solícitas, incluindo as Irmãs Dolly, Jenny e Rose, um par tóxico e manipulador que também nutria uma adoração por apostas. Os três faziam visitas frequentes aos cassinos em Nice. Dizem que as garotas gastaram pelo menos £5 milhões da fortuna de Harry.
Conforme o mundo entrou na Grande Depressão, Harry se encontrava lamentavelmente despreparado para a crise, consumido e isolado por sua própria vaidade. Em 1939, 30 anos depois de ter construído a Selfridge’s, revolucionado o comércio em Londres e inaugurado o que é atualmente a mais famosa rua para se fazer compras no mundo, a Oxford Street, Harry Selfridge foi expulso de sua própria loja.
O homem que chamavam de “Duque da Oxford Street” e que residia em palacetes luxuosos que satisfariam até mesmo um verdadeiro príncipe foi reduzido à miséria e passou o resto de seus dias vivendo em um apartamento pequeno e alugado em Putney com uma de suas filhas.
Em seus últimos anos de vida, ele caminhava todos os dias até seu ponto de ônibus em Putney High Street, procurando pelo ônibus número 22. Surdo e perdendo a lucidez, ele mal falava. Ainda usando roupas curiosamente formais e antiquadas, com suas botas de couro gastas, ele se movia com dificuldade, auxiliado por uma bengala Malacca. Ao subir no ônibus, ele contaria cuidadosamente seus trocados, compraria uma passagem para o Hyde Park Corner, onde desceria e esperaria por um ônibus número 137, e diria ao condutor: “Selfridge’s, por favor.”
Aparentemente submerso em memórias de sua glória passada e não reconhecido por ninguém, Harry Selfridge observava o imponente estabelecimento ao qual dedicara sua vida, olhando o terraço com nostalgia, como se estivesse procurando por alguma coisa. Em uma dessas ocasiões, foi preso pela polícia, que suspeitava que se tratasse de um indigente.
Harry morreu enquanto dormia, no dia 8 de maio de 1947. Ele tinha 89 anos. Foi enterrado em um túmulo simples ao lado de sua esposa e de sua mãe num cemitério em Highcliffe. Sua família não pôde pagar por uma lápide.
Mas seu legado continua até hoje. Harry declarou, certa vez: “Quando eu morrer, quero que digam que eu honrei e enobreci o comércio.” E a nova série da ITV, eu suponho, fará com que nos lembremos de como ele o fez.
“Aparentemente submerso em memórias de sua glória passada e não reconhecido por ninguém, Harry Selfridge observava o imponente prédio, olhando terraço com nostalgia, como se estivesse procurando por alguma coisa específica.”
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Escritor e filólogo Umberto Eco criticou o papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação; "Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel", disse o intelectual; segundo Eco, a TV já havia colocado o "idiota da aldeia" em um patamar no qual ele se sentia superior; "O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", completou
quinta-feira, 11 de junho de 2015
COISAS DE FILÓSOFOS.. "NÓS NASCEMOS DE OLHOS FECHADOS, E A GRANDE AVENTURA DA NOSSA VIDA, É ABRIR OS OLHOS" Anna Rohden
Poucas coisas são mais cultuadas que a paixão romântica. É bonito, dizem, estar apaixonado. Você volta a ser um adolescente sonhador, iconoclasta, mesmo que já tenha passado dos 30 ou mesmo dos 40. Você retoma a criatividade embolorada. É capaz até de mandar flores e, mais ainda, de escrever versos lindamente medíocres. Você se olha com renovado interesse no espelho. Capricha no penteado depois de anos de desleixo. Refaz o guarda-roupa. Considera até a possibilidade de se depilar para ficar na moda ou parecer mais atraente para ela.
Viagra, talvez, para não correr riscos de mau desempenho.
Alguns pensam até na hipótese de aprender a tocar violão para impressioná-la com um dedilhado que será inevitavelmente tosco. E todos com certeza cantam alto em seu carro as músicas adocicadas prediletas que colocam para ouvir e se inspirar neste momento mágico de deslumbramento.
A paixão é linda, é o que dizem. E é também horrível. Uma das aberturas de romance mais aclamadas da história da literatura diz o seguinte: “Era o melhor dos tempos, e também o pior”. O autor é Dickens.
O mesmo se aplica para a paixão. Ela nos eleva e nos rebaixa ao mesmo tempo. Vou ser direto: a paixão nos faz burros, ridículos, irresponsáveis. O mais complicado é que ela faz tudo isso e além do mais nos engana: temos a convicção de que ela nos torna o oposto. Charmosos, quase irresistíveis.
O apaixonado é um sofredor. Ele não dorme. Ele come mal. Se ela telefona, ele tem uma crise de euforia. Se o telefone emudece obstinadamente, é motivo de aguda depressão. Se ela corresponde, ele é o rei do mundo. Se não, ele pensa alternadamente em matar ou morrer. Às vezes, nas duas alternativas. Ou numa terceira, se ela estiver interessada em outro cara.
Nenhum apaixonado de verdade escapa da gastrite. A gastrite é a prova definitiva do amor verdadeiro. E não qualquer gastrite, mas aquela que leite nenhum ameniza ou cura. Porque o problema está na mente insana, e não no estômago castigado.
Os filósofos discordam uns dos outros em quase tudo. Montaigne disse que não há nada que alguém diga, nem o seu contrário, que não tenha sido defendido por algum pensador. Um dos raros pontos em que os sábios concordam é exatamente na paixão: se você conseguir se livrar dela, se você for forte e perseverante o suficiente para dominá-la, você vai ser um cara feliz.
Não será escravo de antidepressivos e de calmantes. Não vai acordar seus amigos e amigas durante a madrugada para desabafos intermináveis. Nem se deixará entrar no egocentrismo insuportável do apaixonado, para quem a vida se resume a ela e ela. O resto, dane-se.
A paixão fecha nossos ouvidos. Só falamos. Não conseguimos escutar nada e ninguém fora dos limites do nosso amor. Tente conversar com um apaixonado. Ele não vai registrar nada do que ouvir. Ele não vai derramar uma mísera lágrima pela história mais triste que você lhe contar.
Uma paixão está rondando você? Chute.
E trocará uma eternidade de angústia por um minuto de desalento. Mas — como Montaigne escreveu – eu poderia estar aqui defendendo o contrário, com a mesma convicção.
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Sobre o Autor
O cubano Fabio Hernandez é, em sua autodefinição, um "escritor barato".