Fortaleza não pode ficar refém de posturas rasteiras e oportunistas, diz articulista
Em artigo no O POVO deste sábado e em seu Blog (POVO Online), o professor Antonio Mourão Cavalcante comenta a sucessão 2012 em Fortaleza. Ele avalia a briga interna vivida pelo PSB entre o grupo cidista e o grupo de Sérgio Novais pelo comando partidário, além da língua solta de Ciro Gomes azedando tal script que foge do debate prioritário: a cidade. Confira:.
Dois fatos evidenciam que a operação sucessão municipal já foi desencadeada. Primeiro, o conflito dentro do PSB municipal de Fortaleza, quando Sérgio Novais tentou apresentar sua irmã Eliane Novais como candidata a prefeita de Fortaleza. A reação do outro grupo foi violenta. Destituíram-no da presidência do partido. Irá a direção nacional intervir no assunto? No segundo fato, a incrível capacidade de Ciro Gomes em gerar confusão. Uma frase foi o suficiente para transformar a discussão em clima de bate-boca, conflito de comadres…
Não é bem isso o que esperamos de nossos políticos, mesmo reconhecendo que alguns deles só sabem agir dessa forma. Esse tipo de procedimento não é democrático, mas fascista. Monta um discurso hegemônico. Totalitário. Ameaçador. Destrói a possibilidade do contraditório. Arrota uma sabedoria alimentada pela arrogância…
Fortaleza não pode ficar refém de posturas tão rasteiras e oportunistas. A cidade cresceu. Hoje tem inúmeras universidades e institutos de ensino superior, tem uma máquina de negócio que é líder na região. Grupos econômicos, industriais, comerciais e agrícolas que exigem uma postura mais ampla e destituída de paixões amalucadas.
Nega-se uma discussão mais aprofundada de nossos problemas: a educação, a saúde, os transportes, a segurança e tantos outros que solicitam urgência… Perdemos a oportunidade de uma reflexão madura. De colocarmos as alternativas e quais grupos abraçam que soluções? Chegando o tempo da propaganda eleitoral, o espaço nobre da TV e do rádio será ocupado por programas pasteurizados, cheios de glamour e promessas mentirosas, terrivelmente iguais. O pessoal do marketing vai maquiar as propostas e será tudo uma geleia geral. Penso que é hora das lideranças fomentarem, com urgência, uma reflexão sobre os problemas que nos afligem, arrancando compromisso sério e cobrança posterior.(Eliomar de Lima)
* Antonio Mourão Cavalcante,
Médico psiquiátrica, professor universitário e antropólogo
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