O PSD e a debandada tucana anunciada

Cinco deputados, três suplentes e cerca de 40 prefeitos. É com esse tamanho inicial que o PSD, com DNA tucano, pode nascer no Ceará. Isso porque, segundo o secretário-adjunto do Gabinete do Governo do Estado, Almircy Pinto, responsável pela criação da representação cearense do partido, seis membros da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa (AL) já têm um pré-acerto com os articuladores da futura legenda no Estado.

De acordo com Almircy, os parlamentares tucanos que pretendem migrar são: Rogério Aguiar, Osmar Baquit, Moésio Loiola, e os suplentes Nenêm Coelho, Cirilo Pimenta e Professor Teodoro. Além disso, confirmou conversar “mais intensamente” com os articuladores do PSD o secretário dos Esportes, Gony Arruda (sem partido), que desfiliou-se do PSDB recentemente, após desentendimentos com a executiva regional da sigla. “Muitos deputados do PSDB ficaram perplexos com a atitude da executiva direcionada para mim. Porque eu tinha o aval da bancada para assumir o cargo de secretário”, afirmou, lembrando que o diretório não aceitou que ele ocupasse cargo no governo ao qual a sigla se opõe. Completa a lista de deputados que pretendem migrar para o novo partido, segundo Almircy, Leonardo Pinheiro (PR).

Voo pode demorar

Contudo, a debandada em massa da bancada tucana, que ficará somente com três representantes, pode demorar mais do que o esperado. Isso porque, segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), um pedido de impugnação contra a criação do diretório regional foi apresentado pela executiva nacional do PTB.

O partido questiona em todos os estados a escolha do nome da legenda – Partido Social Democrático (PSD) -,que já foi utilizado em 2003, quando foi incorporada ao PTB. Para a executiva, a utilização da mesma sigla poderia confundir o eleitorado. A contestação deve atrasar a criação do diretório cearense do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que já existe em 12 estados no Estados. O edital de criação do PSD no Ceará foi publicado na última quarta-feira e, durante 15 dias, deve passar pelo período de pedidos de impugnação.

No início da noite de ontem, O POVO tentou ouvir todos os parlamentares que devem migrar para o PSD, através de seus celulares e gabinetes na AL. Porém, os celulares estavam desligados ou não foram atendidos. Em seus gabinetes, fomos informados que os parlamentares já não se encontravam na Assembleia, exceto Professor Teodoro, que estava em reunião e não podeira atender a reportagem. O presidente estadual do PSDB, Marcos Cals, também não atendeu as chamadas em seus celulares.”

(O POVO)