Barbieri confirma venda de emendas, mas não dá nomes
Após denunciar a existência de uma esquema de venda de emendas ao orçamento na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Roque Barbieri (PTB) afirmou ontem, em comunicado ao Conselho de Ética da Casa, que não vai revelar nomes porque não "é dedo-duro". Ele livrou os colegas, mas fez ameaças veladas ao governo estadual.
Na sessão de ontem, marcada por bate-boca entre parlamentares de oposição e da situação, foi aprovado um convite para que o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, que é deputado licenciado, preste depoimento sobre entrevista dada ao jornal "O Estado de S. Paulo", em que afirmou ter sido questionado por um prefeito do interior se queria receber os 10% relativos a uma emenda liberada por ele.
Covas, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, disse ter recomendado que o prefeito doasse o
dinheiro para entidades.
Barbieri, que justificou estar ausente da assembleia por causa do nascimento da filha, confirmou, na carta, a denúncia. Mas explicou que, ao ser indagado sobre quantos parlamentares participariam do esquema, respondeu que talvez "chegasse a 20% ou 30%".
Ressaltou nunca ter afirmado que esse percentual era "devidamente comprovado". Por fim, reafirmou ter alertado o governo estadual sobre o caso. E deixou no ar uma ameaça: "Por que será que o governo se manifesta com tanta veemência se eu não os acusei, ainda, de fazer nada errado?"
Deputados do PT e do PSDB defenderam que Barbieri seja convidado a depor pessoalmente.
(Noblat)
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