A última bomba atômica da Guerra Fria
A última bomba B-53 será desmontada na usina Pantex
Os Estados Unidos desmontaram nesta terça-feira a mais antiga bomba nuclear do seu arsenal da Guerra Fria -- e uma das mais poderosas já produzidas --, como parte da política de segurança nuclear do governo de Barack Obama.
A bomba tem o tamanho de uma van e pesa cerca de 4.500 quilos. O desmanche ocorreu num armazém nuclear nos arredores de Amarillo, no Texas.
"Esta era uma das maiores bombas no arsenal norte-americano", afirmou Joshua McConaha, diretor de Assuntos Públicos da Administração Nacional de Segurança Nuclear, ligada ao Departamento de Energia.
Segundo ele, a potência exata da bomba -- chamada B53 -- é secreta, mas se acredita que ela seja centenas de vezes mais destrutiva do que a bomba atômica que devastou Hiroshima em 1945.
Fabricada em 1962, no auge da Guerra Fria, a bomba poderia ser lançada por aviões do tipo B-52 Stratofortress. McConaha disse que ela continha cerca de 140 quilos de um poderoso explosivo em torno de um núcleo de urânio.
"O mundo está um lugar mais seguro com esse desmantelamento", afirmou Thomas D'Agostino, subsecretário de Energia e chefe da Administração Nacional de Segurança Nuclear.
"A B53 foi uma arma desenvolvida em outra época, para um mundo diferente. Hoje, estamos avançando além do complexo de armas nucleares da Guerra Fria que construiu esse tipo de arma", afirmou.
O processo de eliminação das armas nucleares de grande porte, conhecidas como "os últimos cachorrões", começou há 14 anos por iniciativa do então presidente Bill Clinton, segundo McConaha.
Muitas B53 já foram aposentadas antes, mas um "número significativo" continuava no arsenal dos EUA, afirmou o funcionário.
A operação ficou complicada por causa do enorme tamanho e poder explosivo da bomba, e também pelo fato de ela usar tecnologias antigas, desenvolvidas por engenheiros que já morreram.
McConaha explicou que os explosivos são cuidadosamente separados do material nuclear. Uma parte do material é reaproveitada, mas a maioria será descartada.
Não se sabe quantas bombas B53 existiam e quantas foram desmontadas, mas McConaha confirmou nesta terça-feira que se tratava da última.
Por Webster Franklin
Do Reuters
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