domingo, 2 de junho de 2013


A carta imaginária de Figueiredo para Dilma

Elio Gaspari - Folha de S.Paulo
Excelência,
Nossa convivência foi nula. Eu estava no palácio, e a senhora estava na cadeia. Mesmo assim, sei mais de sua vida hoje do que sabia quando chefiava o SNI. Há uns meses o Geisel, que mal fala comigo, me contou que a senhora se tornou navegadora do avião presidencial para desviá-lo de turbulências.
Ele estava horrorizado, porque a mulher dele, Lucy, tinha horror a avião e, mesmo sendo ditadores (para usar sua expressão), nunca fizemos isso. Agora a repórter Natuza Nery contou sua história.
No meu tempo, fui atrás do vagabundo que gozou o episódio em que, ao botar umas flores no túmulo do Soldado Desconhecido, em Paris, as queimei na chama votiva. Brigar com jornalistas foi desperdício de coronárias. Eu fiz besteira, mas não vi a labareda.

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