quinta-feira, 22 de agosto de 2013


A lista tocante que Fitzgerald fez para sua filha

KIKO NOGUEIRA 22 DE AGOSTO DE 2013
Entre as recomendações, estava a de que a garota não devia se preocupar em crescer.
Fitzgerald e Scottie

Scott Fitzgerald é um dos maiores escritores americanos, inventor e cronista da chamada Geração Perdida – os jovens artistas que, nos anos 20, foram a Paris para escrever, pintar, esculpir e, sobretudo, viver intensamente. O Grande Gatsby e Suave é a Noite são os retrato acabado dessa época, a Era do Jazz, romances semiautobiográficos em que Fitzgerald contava suas aventuras com a mulher Zelda e os amigos.
Scott era também um alcoólatra e Zelda sofria de esquizofrenia. Ele morreu em 1940, aos 44, de ataque cardíaco causado pelas doses cavalares de gim, e ela num incêndio no sanatório em que estava internada, em 1948. Os dois tiveram uma única filha, Frances Scott Fitzgerald, apelidada Scottie. Quando ela nasceu, a mãe disse que esperava que fosse uma “linda pequena idiota” — frase que Daisy Buchanan, a heroína de Gatsby, diz sobre sua própria filha.
Scottie tornou-se uma jornalista bem sucedida e uma militante ativa do Partido Democrata. Tinha memórias afetuosas dos pais, apesar das festas insanas constantes. Numa carta de 1933, enviada a Scottie quando ela contava 11 anos, seu pai escreveu uma lista das coisas com as quais ela devia e não devia se preocupar. Meses antes, Zelda havia sido internada pela enésima vez.
É uma lista tocante, simples e rica, com a simplicidade do gênio — e sempre útil para nós, pais e filhos.

Coisas com as quais se preocupar:

Preocupe-se com coragem
Preocupe-se com limpeza
Preocupe-se com eficiência
Preocupe-se com equitação
Preocupe-se com …

Coisas com quais não se preocupar:

Não se preocupe com a opinião alheia
Não se preocupe com bonecas
Não se preocupe com o passado
Não se preocupe com o futuro
Não se preocupe em crescer
Não se preocupe com quem fica à sua frente
Não se preocupe com triunfo
Não se preocupe com o fracasso, a menos que ele aconteça por sua própria culpa
Não se preocupe com mosquitos
Não se preocupe com moscas
Não se preocupe com insetos em geral
Não se preocupe com os pais
Não se preocupe com os meninos
Não se preocupe com decepções
Não se preocupe com prazeres
Não se preocupe com satisfações

Coisas para pensar:

Qual é realmente o meu objetivo?
Quão boa eu sou em comparação aos meus contemporâneos com relação a:
(a) Escolaridade
(b) Eu realmente entendo as pessoas e sou capaz de me relacionar com elas?
(c) Estou tentando transformar meu corpo num instrumento útil ou estou negligenciando isso?

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