terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Proclamação da República

Fernando Gabeira, em seu site

Aniversário da república, feriado. O ano passou como um trem bala. Daqui a pouco, a Conferência Rio+20 nos lembra que duas décadas se passaram, oito anos de Fernando Henrique, oito de Lula, Itamar.

Neste dia da República, 37 manifestações foram convocadas no Brasil para protestar contra o maior inimigo da República na cultura brasileira: o patrimonialismo, a incorporação dos bens públicos ao patrimônio pessoal. É um dos nomes científicos da corrupção.

Aqui no Rio, a data coincide com a celebração da tomada da Rocinha, num ano em que também foi ocupado o Complexo do Alemão.

Manchas de óleo, vazadas pela Chevron, alcançam 163 km2 no litoral norte do Rio. As autoridades da capital e das cidades do norte fizeram uma grande manifestação pelos royalties. Mas não se interessaram ainda pelo vazamento.

O governador Cabral deveria, pelo menos, sobrevoar. Espero que faça isto, depois de minha sugestão, embora creio que seja a última sugestão do mundo que queira ouvir.

Nos Estados Unidos um vazamento, muito maior é verdade, mobilizou Obama algumas vezes. No caso do Rio, ele acontece, precisamente, na semana em que 150 mil pessoas foram as ruas pedir pelo Rio.

O impacto é nosso, os royalties também – dizia uma camiseta azul e branca da prefeitura de Macaé. Sinceramente, o impacto não está parecendo nosso, tal o desligamento das autoridades e dos manifestantes.

Esse foi o primeiro ano de Dilma. Uma verdadeira montanha russa. Ela venceu as eleições, já foi forçada a mudar seis ministros e o sétimo foi aquele a quem ela parece ter dado a mão: Carlos Lupi “eu te amo”, fanfarrão que quer ser abatido à bala de grosso calibre. Aliás, ele deve ser abatido pelo deputado Bala da Rocha, do PDT do Amapá: juntos, Lupi e Bala, criaram sete sindicatos fantasmas, conforme manchete de hoje da Folha de São Paulo.

O Brasil nesses 20 anos conquistou um importante papel no quadro mundial. Cresceu, ficou mais rico, dividiu renda, há uma euforia com o consumo. Bons tempos para quem governa, aridez para a oposição, bastante devagar pelas próprias características.

Como trem bala, o ano passou tão rápido que nem o sentimos. Teria mesmo acontecido.(Eliomar)

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