terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um comentário sobre Tirulipa e o PSB


Nesta semana foi amplamente divulgada pela imprensa a entrada de lideranças políticas e outras “personalidades” no PSB-CE. O PSB torna-se assim o partido hegemônico no Estado, desbancando o lugar outrora ocupado pelo PSDB. E disso se regozija Ciro Gomes. No rol de lideranças convidadas consta o nome de Tirulipa. Nada contra os humoristas cearenses – que levam aos quatro cantos do País o lado moleque da nossa cearensidade, mas comemorar a entrada de Tirulipa como sendo um “reforço à cultura no Estado” nos parece, no mínimo, um exagero. Vamos lembrar que a entrada do Tiririca, o pai, foi a velha fórmula encontrada pelo PR para reconduzir mensaleiros a um novo mandato, fazendo-os passar despercebidos aos olhos da população. O método consiste na concentração do tempo de televisão na personalidade famosa. Na empolgação causada pelo voto de protesto, assim se reelegeu Waldemar Costa Neto.

Tentativa semelhante ocorreu ao PSB em 2003 quando, na condição de Presidente Estadual do Partido, recusei a entrada da stripper Debora Soft, eleita no ano seguinte com abundantes 11.500 votos por outro partido. Recusar a sua filiação ao partido não foi ato de discriminação, mas não concordamos que estejam na política aqueles que não pensam no bem comum. Indagada sobre o que pensava em fazer em seu futuro mandato, recebi a resposta interposta pelo seu então marido e empresário Jonas Ferraz que a Câmara seria só uma passagem para chegar à condição de Deputada. Débora Soft poderia ter desabrochado nas lutas pelas mulheres, mas sua produção na Câmara foi pífia. Convivi com ela na condição de vereador entre os anos de 2005 a 2007 e constatei o vazio de proposições.

O que faz um partido ser grande não são apenas os votos, mas também sua história de luta, suas bandeiras e o projeto que defende para a construção de um País justo. Vocês se lembram do bordão da campanha do Tiririca, o pai: “se você não sabe para que serve o Congresso eu também não sei, quando descobrir eu te conto!”. A frase, se olharmos para além da mera gaiatice do humor cearense, parece mostrar uma semelhança entre os três. E, infelizmente, nos faz questionar a seriedade da política em nosso País.(Eliomar de Lima).

Sergio Novais.

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